domingo, 12 de junho de 2011

Falta Tudo...

Decidi vir à aldeia.
Cheguei ontem quase à noite.

Hoje levantei-me cedo para ver a natureza.
O ar é outro tão diferente daquele que se respira na metrópole.

Caminhei por sobre as ervas secas dos lameiros por cultivar; os mesmos lameiros que dantes davam de comer aos Homens e à criação.

E pergunto-me: que futuro para a nossa agricultura?

Que futuro espera estas terras ao abandono?

::Dan::

5 comentários:

Anónimo disse...

Curioso, ontem dei uma volta pelos arredores da capital, fui apanhar caracóis e ver como estava a "cabana" da aldeia e o tema de conversa foi precisamente a agricultura.
Quem passa pela zona Norte/Oeste de Lisboa, logo desde Bucelas até Arruda dos vinhos, dói ver a quantidade de terras que dantes davam de comer a famílias inteiras, votadas ao abandono. Terras de cultivo situadas na margem do Trancão, com fartura de água e abrigadas do vento pelos outeiros, encostas de vinha e pomares de macieiras e pereiras, completamente abandonadas, cobertas de silvas e mato...
Ir pelo Alentejo dentro e ver terrenos que dantes eram o celeiro do país e onde hoje nem como pastagem são utilizados, porque a carne também vem de fora.
Isto ninguém diz à senhora Merkel. Ninguém lhe lembra que a UE preferiu pagar subsídios aos agricultores, para poder escoar os produtos dos ricos do centro e norte da Europa. Ninguém lembra aos alemães que foram eles quem mais lucrou com a entrada dos países do sul na CEE. Do mesmo modo que hoje anda meio mundo a babar atrás do mercado em potência que é a China, nos anos 80 foi com os "pobrezinhos" do sul que a Europa sustentou o nível de vida dos ricos.
Agora vai ser difícil recuperar a agricultura. Os velhos estão a morrer e os herdeiros que começaram vida nova na indústria e nos serviços, dificilmente regressam a um trabalho para o qual não foram preparados.

Tuquinha disse...

Tenho esperanças que esses e outros ainda serão bem trabalhados....e, por malta jovem...tb aqui na minha zona se vê a mesma paisagem, coberta de silvas e ervas daninhas...há olivais em que as silvas engoliram no teu todo as referidas árvores...e que angustia olhar para estas imagens....
Melhores cumprimentos e boa semana

Anónimo disse...

Que fazer questionamos nós ??´Na verdade é só isso que fazemos,porque também nós que tivemos pais que trabalharam no duro,para que nós os filhos fossemos estudar para que anossa vida fosse melhor que a deles! E qual era a vida melhor ? ser prof. ser funcionário público,ou um emprego "sentado à secretária".... O trab no campo, o alfaiate,o tamanqueiro,o canalizador, electricista etc eram trabalhos feios, malqueridos.Eram e são....as profissões tradicionais,e são tão precisas ! mas causam arrepios. Só mesmo quando dermos com o rabo no chão a doer muito, é que sabendo´, ou não, nos iremos agarrar a quaqluer trabalho para não morrermos de fome...Este mundo está mesmo complicado!!!

Danadinho disse...

Tem razão, anónimo: poucos são os que ainda sabem fazer algo nas terras, nos serviços menos "queridos", porque contêm um estigma. Mas tempos virão em que teremos de fazer de tudo. As antigas escolas comerciais fazem muita falta. No entanto temos as escolas profissionais...já não é mau de todo.....
Olhe, anónimo, porque não se identifica? Não há que ter receios...aqui só os bichos da minha clínica mordem (e nem todos). Eu não mordo e entendo que a sua visão das coisas é muito pertinente.

Anónimo disse...

Pois,obrigada! Poderia identificar-me na verdade! Nunca cometi nebhum crime,desempenhei sempre o melhor que pude as minhas funções estivesse onde estivesse,normalmente não uso de má educação com ninguém e se por vezes ´demonstro alguma agressividade (pacífica por enquanto, por que algum dia passo-me dos carretos!...) é quando vejo as bestas humanas a maltratar outros seres sejam humanos, ou não,que se encontram indefesos. Pronto! Mas não me identifico por que às vezes posso tocar no calcanhar de Aquiles de alguma pessoa conhecida e de pois lá vem sarilho ...é melhor assim,peço as minhas desculpas. Cumprimentos.